Você já pensou em você como um complexo sistema? Já pensou que sua vida não começou no dia que você foi concebido (ontogênese), mas na filogênese (a evolução da espécie) e em especial dos seus antepassados. Que tal um novo olhar sobre si? Um olhar sistêmico!
Quando nascemos já temos todo um passado em nossos genes. A herança da nossa família (genética que também chamo de horizontal) e também a herança de todo o planeta (arquetípica, espiritual ou que eu chamo de herança vertical).
A partir daí começa nossa evolução individual, com a nossa carga genética, moléculas, células, tecidos, órgãos até os mais complexos sistemas do nosso corpo.
Para que o funcionamento seja perfeito é preciso mais do que interação, é necessária a integração destes sistemas. E sabemos que muitas vezes determinado sistema toma prioridade em função de outro, podendo alguns serem simplesmente excluídos. Por exemplo, se você fica doente, seu corpo sabiamente protege as funções vitais em detrimento daquilo que não é essencial para a sua sobrevivência. Ou se você trabalha atendendo o telefone, sem um computador ou nada para escrever, certamente a visão tomará um lugar secundário a audição e a fala…
Ao fazermos a colocação do sistema (no grupo ou individualmente com bonecos) podemos voltar a ordem adequada do sistema de cada pessoa. Isso pode ser feito de forma bem simples, como por exemplo, colocar uma doença física, uma emoção em desiquilíbrio, a integração entre o cérebro criativo e lógico, ou entre o pensar, sentir e agir. Podemos também colocar a harmonização dos nossos sete sentidos (segundo a Neurocientista Dra. Suzana Houzel, além da visão, audição, paladar, olfato e tato, devemos considerar também a movimento e equilíbrio). Lembrando sempre que o essencial é simples.
Ken Wilber sugere que além do nível pessoal (consciente), devemos considerar os níveis pré-pessoal (subconsciente) e transpessoal (superconsciente) e isso também pode ser trabalhado como um sistema.
Há uma organização estrutural hierárquica e dinâmica que pode ser observada nas redes integrativas para que a ordem seja restabelecida.
Em caso de doenças crônicas podemos também fazer a colocação da pessoa e da doença ou órgão envolvido e descobrir o que mais aparece nesta dinâmica. O procedimento é idêntico ao das dinâmicas familiares e organizacional: a pessoa escolherá um representante para si e para os demais componentes do sistema, e observará a dinâmica. Assim poderá ter uma nova visão de si mesma e criar novas e melhores soluções para sua vida.